domingo, 24 de janeiro de 2010

Banalogia

E pensar que foi ontem que eu achava ter muita história pra contar, e agora que tenho... Não preciso dizer nada, tudo que faço já fala por mim. Não preciso mais segurar uma imagem pra me manter com amigos, não preciso ser o mais temido para ser o mais respeitado, não preciso de regras para andar na linha, não preciso ser o mais rico para ser o mais feliz.

Eu não sou alguém que simplesmente deixa acontecer
Mas sim, o que planeja as coisas naturalmente.
Não sou alguém que precisa quase morrer para se sentir vivo
Mas sim, o que vive e agradece por isso.
Não sou alguém que espera a felicidade
Reclamando de tudo e de todos como se o mundo fosse culpado
Não sou alguém que procura por um amor
Mas sim o que espera ele me encontrar

Sou alguém que detesta falar de si mesmo
Por um simples motivo:
Eu não iria ser totalmente sincero
Iria manipular os fatos com certeza
É o que acontece quando se tem muita coisa para falar
A gente esconde as partes ruins, e contamos apenas o que aprendemos com elas.
Como as pessoas aprendem coisas boas sem terem feito nada de ruim?
Eu acho impossível...

Ninguém gosta de falar a verdade quando se trata de falar de si mesmo.
Todos escondem ao máximo, os seus medos, algumas de suas vontades que não poderiam ser reveladas, suas experiências que as condenariam para sempre, enfim temos medo que todo nosso passado venham a nos perturbar de novo.
Não seria mais simples que todos compartilhassem nossos defeitos?
Assim com certeza, nós nos conheceríamos melhor e não ficaríamos julgando todo mundo como se fossemos os donos da verdade.
Mas parece que ninguém está a fim de ouvir o próximo não é verdade?
Cada um só quer falar de si mesmo, não para dialogar, mas sim, para contar vantagens uns sobre os outros em uma competição em que vence quem for o mais mentiroso.

escrita em 20 de novembro de 2007

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Título com Nome

Voltei do trabalho e fui correndo pegar o onibus. Estava calor e queria chegar em casa e ficar o resto do dia na piscina. Definitivamente não fui feito para o calor, pois, por mais que tiramos toda a roupa possível, ainda estaremos derretendo, suando e cheirando suor. Amo o frio por isso. É só colocar algumas blusas, fazer algum exercício, um banho quente ou algo do tipo que estaremos bem.

Não estou aqui pra falar do calor e do quanto eu suei aquele dia. Não. Estou aqui pra falar de uma coisa incrível também, meu resgate ao passado.

No começo do dia, indo para o trabalho, encontrei uma amiga dos tempos da escola e que não via há anos, foi incrível. Isso tudo já seria uma prévia do que viria no decorrer da data.

O melhor mesmo foi a volta, no mesmo onibus.

Uma garota. 10 anos depois. Casada. Me reconheceu. Cumprimento-a (pensei). Um olhar. Uma pena...
(Desci)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Descasos...

"Olhe para mim doutor. Me fale agora, como que faço pra ter de volta a esperança, de volta tudo que planejei, de volta, eu sei, tudo que eu não escutei?
 A minha vida sempre foi assim...
Desempregado, sujo. Mas muito obrigado por ter me dado essa chance de poder trabalhar."

"Eu procurei a vida toda por meus pais."

"Tem gente que não sabe amar mesmo. Mas não ligue não meu Deus, os jovens são assim mesmo, impulsivos, eu só peço ajuda pra minha filha Roberta... Ela disse que se ela não pode te-lo, ninguem mais terá..."

"Meu querido pai, eu sei que não sou quem você queria, mas quero que me aceite assim como eu sou. Por favor pai, Marcos é um cara legal, e ele gosta de mim. É só amor e mais nada"

"E no fim a minha mãe casou com o infeliz que me abusou. Mas não tem problema não, eu dei um jeito e chamei a policia."

"AIDS. (abaixa o rosto, olha para o chão). (levanta o rosto de novo, encara-o no olho) É melhor você fazer também.

"Mamãe! Como é um arco-iris?... 7 cores? ... Mamãe! O que são cores? Eu preciso enxergar pra saber o que é?

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Os finge dores

Acho que essa é a primeira vez que escrevo diretamente pra alguém e sem usar duplo sentido ou coisa do tipo.
Escrevo esse tópico interrompendo minhas histórias que é pra confessar uma coisa de muita importância, a obviedade do subliminar e do duplo sentido. Se uma frase, ou não, tem mais de um sentido, ficará muito mais fácil a compreensão da escrita, já que a interpretação é livre pra entender o que quiser, quando quiser e até mesmo se vocês quiserem. A grande piada dessa história toda, é escrever alguma coisa sem sentido, ou não, e que mesmo assim faça as pessoas refletirem sobre aquilo, e gostarem da ideia que foi mostrada na história. Isso quando há historia. Uma grande mentira. O melhor de tudo é quando o leitor não entende de fato tudo o que o autor queria, essa é a maior vitória, pois os poetas querem ser pessoas ocultas e diferentes da sociedade, com uma lógica não lógica da ordem dos fatos, e com uma competência acima da média dos demais, como se eles fossem pessoas secretas de alguma ordem de doutrina secreta que regem pelas coisas secretas que guardam todos segredos ocultos e secretos.

Os poetas não são seres civilizados, já dizia o poeta! O poeta, mesmo que verdadeiro, é um fingidor.
Fingem de tal maneira que chega a ser de verdade. É uma mentira escrita com tanta verdade, que até mudam a ordem lógica das coisas.

Fazer poesia, é para os loucos, para os vagabundos, para os desvirtuados e marginalizados, dizem as boas línguas.
Boas línguas e que falam demais (falam, falam, mas nunca dizem nada).

E eu, nem poeta e nem boa língua, tento ser membro dessa grande sociedade secreta cheio de segredos ocultos de que tanto falam. O poeta é um fingidor, mas eu gosto de ser poeta. O poeta é um finge DOR.

 FILHO DA PUTA DE POETA!!!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Entre terras distantes II

Queria eu, falar de coisas mais simples. Como a história de um homem que se perdeu numa terra distante graças a um acaso, ou destino, o que no fim é a mesma coisa. E foi nesse acaso, ou destino, que ele aprendeu com muita destreza o sotaque daquela terra amante, aprendeu com tanta vontade que quando falava parecia outra pessoa de um outro lugar. Não parecia mais aquele paulista quieto e introvertido que era, poucas palavras e tudo o mais. Paulista de sangue mas com o coração de outro estado, ele era outro. Quando falava, falava além da conta, começou a ficar simpatico com a jeito cantado de falar. Às vezes começava uma frase e terminava o resto cantando, era simples, e também diminuia as palavras no meio, induzindo metade da frase e terminando com alguma expressão local. uai.

Era quase um poliglota, mas ao invés de línguas, eram dois sotaques que ele falava com perfeição!!