quinta-feira, 29 de novembro de 2012

#8

Acordei.
Abri os olhos e procurei o espelho.
Me refleti.
Minha imagem estava lá, nítida.
E assim eu me vi a primeira vez!

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Que caia o mundo, que caia todo o pranto de todas as nuvens que insistem em molhar e alimentar a terra. O mesmo pranto que cai retorna, em alegria, os vapores com os primeiros raios do sol!

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Vermelho... (cheiro)

A liberdade percorria por entre as casas de madeira, ruas vermelhas e plantações e a bicicleta acelerava com meus pés a toda força os pedais emprestados, trocados em pecado e segredo.

O vento e a calmaria alternavam nas ruas dilacerando, dependendo da velocidade que eu, criança, atingia, os céus e os mares vistos de baixo. Tudo era azul, mas em movimento, as cores se dissipavam e misturavam  com cheiros formando todas as sensações em um único sentido, ou misturados.

O cheiro vermelho da terra encharcada era de um barulho imenso que bloqueava até, mesmo, a luz do sol!

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Ainda Morro sem Saber!

A gente não foi feito pra nada, então pra que ser alguma coisa?
Se o objetivo do ser humano ser criado foi por algum motivo espiritual, então porque estamos nos matando?
Agora se o homem nasceu somente por algum acaso do destino, ou do próprio acaso, então porque estamos nos matando?
Se nós já vamos morrer de todo jeito, por cansaço ou velhice, então porque estamos nos matando?

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Castanhos, azuis, puxados, felizes, deprimidos e raivosos. Alguns eram olhares desconfiados e mesmo assim me perdi em todos eles na busca de encontrar a si mesmo.

Hoje eu vi um sorriso...

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Me entreguei aos prazeres do mundo e a chuva lavou o meu pranto. Por dentro um coração 

despedaçado agora limpo. Limpo e despedaçado!

A terra é o gelo do fogo, e o fogo é a alma do negócio!

Então! Que o fogo se torne tão sutil como água e a água tão etérea quanto o fogo!

domingo, 16 de setembro de 2012

E o menino, que se diz já crescido, se viu preso na angustia de não ser o que sente. É deserto em mim...

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A Cor Ria do Correr

Corria.
Enquanto corria, ainda observava o ambiente, as ruas e os carros.

Era uma menina que tinha sede de correr atrás da vertigem. Corria, por entre os carros, as ruas e avenidas.
A calçada já não era suficiente. Corria observando o caos que se instalava a cada minuto que passava.

Corria, corria e corria. Corria no corredor do tempo, entre os semáforos de uma esquina e outra. E aumentava a velocidade a cada passo. A vertigem passava e corroía. Corrida por dentro, a velocidade a fez deixar os olhos em segundo plano e aumentar, também, o passo.

Corria, corroida, pelo tempo. Por dentro.
A cada esquina era obrigada a esquivar-se da falta de tempo.
Não havia um minuto sequer sem parar de correr. A corrida fadigada e constante, mantinha o ritmo e acelerava a cada vez que controlava a resPiração.

Corria, corria. E corria tão rapido, que por alguns segundos elevou-se os seus pés do chão e esteve iluminada pela chama que nos consome.

Corria, e de tanto correr, o vento que aumentava junto com os passos, apagou o fogo e o resto do foco ao redor de seus olhos.
Corria de frente, em linha reta, quase sem respirar. Respirava por que era obrigatorio e culpava-se por cada segundo perdido, cedido a respiração.

Chegou a metade ainda inteira, mas visivelmente cansada. Correu tanto, que de tanto correr, corria das cores que riam pra ela.

Estava velha quando se aproximou do final da avenida e viu seu cansaço chegando primeiro que ela.
Estava cansada e velha quando viu a esquina dobra-la ao meio.

Estava fria, perdida no sem-rumo do fim...




Eu fiz até um samba com seu nome mesmo sem saber onde você mora!

Eu tinha tudo pra falar, mas resolvi cantando. E agora com as letras tiradas nos dedos, eu lhe falo tudo  o que eu devia sonhar.

"A menina quando foi ser resgatada, dava pena da coitada, preferiu não se arriscar.
O garoto, já crescido e muito esperto, dando-se conta do xaveco, conseguiu te conquistar."

Viver era uma questão de anos. Anos de idade a frente no pensamento e na conclusão sobre os fatos da vida! 
Ela sabia disso, mesmo sendo nova demais pra vida. Ele também, mas tinha consciência de sua incompletude e isso o acalmava.

Acalmava-o, por excesso de segurança em achar que tudo vai ficar bem no final, mesmo se não der. Isso o fazia querer arriscar, a vontade de se lançar ao risco sentindo o medo bater na cara era de um mistério vigoroso. A capacidade de buscar a calma em um momento sedutoramente eletrizante, nos dá a capacidade de experimentar, em camera lenta, todos aqueles momentos que passam em frações de segundo e mal percebemos.

Hoje eu cantei um samba e desaguei cantando o que não devia.
Hoje, vou botar pra fora o inevitavel confronto com o fracasso e dizer a ele o quanto é bom o dia
Bom Dia!
Mesmo sendo mais que boa noite meus dedos não enxergam as horas.
 



quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Sobre Cercas e Muros

Pulava placas, muros e portões. Não havia obstaculo que o parasse. Desde muito jovem aprendeu a arte de se esquivar do mundo. Qualquer contato que pudesse interferir em seu caminho, pulava-o, ou dava um jeito de se esquivar.

Começou a correr aos 10 anos. Na corrida sacudiu poeira da estrada e partiu rumo a lugar nenhum.

O mais difícil de se perder no próprio caminho é não saber como lidar consigo diante da aridez do mundo. Percorria milhas e milhas, mas a sensação que obtivera era de que o caminho não havia mudado. A sensação de correr, correr e não sair do lugar era plena. Absoluta.




terça-feira, 4 de setembro de 2012

Então o Palhaço caiu e assumiu o seu fracasso...


Pensamento Poético











































































































































E de tanto pensar, acabou-se a história!

A Menina dos Olhos Sorridentes


Flores cercavam o caminho por onde eu, criança, cruzava pela terra vermelha e encontrava dois olhos negros que sorriam pra mim.

Os olhos eram puxados pelo sorriso. E eu, somente, poderia passar se levasse comigo aquele sorriso tão lindo de seus olhos!

Não és negra, nem mulata e nem branca. Mas os olhos mestiços puxados por um sorriso contido despertam na alma o desejo de se olhar por entre a menina daqueles olhos. A menina sorridente daquela garota disseminava uma pureza preservada num corpo jovem crescente.

Não és menina. Mas a menina dos olhos sorri pra mim.

sábado, 25 de agosto de 2012

Verde

Coisa que não cega, mas se segue assim mesmo. O desejo da indefinição segue retido e compreendido pelo tamanho do que sera de quem não foi um dia.

Passar o dia com os olhos negros, da fala escrita por mãos alheias, trouxe a tona um estado de espirito evocando a singularidade de um sorriso.

Sorriso este, que se sorri com os olhos. Pois aquele que se faz curva com os olhos, puxando-o e fazendo um sorriso aparecer na face a cada olhar, é divinamente bonito e misterioso ao mesmo tempo.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Seria injusto se não fosse mentira?

Bicicleta acelerada descendo a avenida na tentativa, milagrosa, de conseguir chegar a tempo.

Ele sabia que não ia conseguir, mas a medida que se aproximava em direção a casa da aniversariante o pessimismo e o sentimento de culpa, que perduravam por 24 horas completas exatamente no momento em que ele desceu da bike, desapareceu.

23 segundos separavam o primeiro dia com 18 anos da aniversariante, com o segundo. E ele sabia disso.

Provavelmente este seria o ultimo dia dela com ele. Mas com 18 anos.


Só?

_ Sereia! - chamou o menino - Como faço para seguir em frente?
_ Não sei, mas deve ser seguindo.
_ Mas como assim... Devo andar sozinho dessa vez? - perguntou o menino hesitante.
_ E como vou saber? Eu, nem por acaso, ando...
_ E como você faz para seguir em frente?
_ Me conhecendo...

Disse a sereia a mim e mergulhou desaparecendo aos poucos no fundo da lagoa...

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Felicidade é uma questão de SER...

Não é todo mundo que tem o privilégio de deleitar por noites com a janela aberta ouvindo apenas o silencio como musica de fundo, enquanto os carros passam e transferem a trilha sonora pelo ambiente noturno.

Eu me sentei para escrever, sem pensar em personagens dessa vez, pois, talvez agora, o necessário não era o que tinha aqui dentro, nem muito menos as relações humanas e suas teias e garras venenosas. Nem de sentimento.

A vontade minha agora, é escrever o que observo nessa noite calma e escura.
Enquanto o silencio prevalece e os ruídos continuam a sua rotina noturna de todo dia, eu invado o silencio e transgrido para a sombra que devora os monstros da noite.

Hoje não haverá maus sonhos e nem muito menos uma euforia de ansiedade.

Acredito que a calma que nos conforta na alma deixa tudo mais tranquilo e feliz.
Sim, a felicidade é branda e tranquila. Mas não é conformada!

domingo, 12 de agosto de 2012

Bom Dia Cinderela!


Eu me lembro da primeira vez que acordei na casa de Maria Rosa. Achei que estava em casa, mas quando eu vi que o teto era outro, a mobília de algum filme antigo e a cama, que aparentava ser da família real portuguesa, fiquei perplexo. Até a minha bexiga ficou tímida nessas horas e se recusou a trabalhar até que eu descobrisse onde realmente estava. Justo a mijada matinal. Eu sempre durmo ancioso para a manhã seguinte chegar logo pra poder mijar durante quase dois minutos sem parar. Ultimamente esse era o meu maior prazer por esses canais.
Vozes femininas vinham la de fora do quarto. A janela, que nem era antiga (alias, a unica coisa que não era), estava fechada e eu não me atreveria a abrir e me deparar com o desconhecido. Pensei que tinha sofrido uma viagem no tempo. Eu assistia Discovery sempre que tinha tempo, e vi uma vez que tempo e espaço é algo muito relativo, e que o tempo é, tambem, uma das dimensões. Quatro dimensões, ou cinco, sei lá. Não sabia nem onde estava e minha vontade era ter acordado em uma suite, ou num banheiro público até. Mas não, voltar no tempo era tudo o que eu não poderia, ouvi dizer que os banheiros daquela época eram nojentos e o chuveiro era gelado. Não poderia mais me deliciar com as longas duchas quentes que me esquentavam mais que mulher. (Já que elas fugiam dele).

A voz da cozinha, agora, chamava por um nome que, a principio, começou bem baixinho e foi aumentando o volume até conseguir ouvir claramente ela chamando-o por caio. De repente aparece na porta do quarto a coisa mais linda que eu já vi na minha vida e me olha de um jeito apaixonado que eu não podia acreditar, o que quer que tenha acontecido na noite anterior, foi muito bom!

"Estou preparando um pouco de café e já trago, está bem?" ela me diz.

Café? Talvez ela não soubesse que eu detesto café. Talvez eu não teria dito, ou teria dito e ela não ouviu, assim como, talvez, eu não escutei ela dizer o seu nome. Talvez ela não tenha dito.
Saí do quarto sem dizer nada e andei um pouco por entre aquela casa enorme, um casarão antigo.
Com uma casa grande dessas poderiam haver ali, sem problemas, uns 3 banheiros, sem dúvidas, mas que nada. No corredor todas as portas, exceto a do quarto em que acordei, pareciam trancadas e eu não conseguia encontrar o banheiro. Mais um pouco e eu mijava nas calças com certeza. Então eu procurei a garota linda seguindo o cheiro forte e insuportável do café, o quem e conduziu até uma cozinha com mais duas pessoas seminuas conversando com ela.
"Bom dia Cinderela!" falou a garota do sutiã vermelho no colo do careca sem camisa. Eu fiquei confuso e encarei-os por um tempo tentando descobrir o porque dela ter me dito isso. Fiquei pensando se tinha dito de propósito ou se estava confusa, a cinderela perde o o sapatinho de cristal e é a bela adormecida que cai em sono profundo, eu acho...
Fui na direção daquela, que estava passando o café especialmente pra mim, segundo ela, e perguntei num cochicho onde era o banheiro. Com uma das mãos segurando a chaleira de água quente no ar, ela ficou me olhando com ironia como se eu soubesse onde fica a porcaria do banheiro! Achei até que ia jogar a água em  mim! (seria a primeira mulher depois de meses que o esquentaria um pouco.)
Ela pegou o meu braço com força e me levou até um pequeno corredor onde tinha mais uma porta trancada.   A porta se abriu, e de lá surgiu uma mulher gorda que tinha acabado de cagar, pois pelo cheiro, tomar banho é a ultima coisa que ela deve ter feito por lá. Então a garota linda, com um shortinho rosa escrito na etiqueta "RosaMaria", apontou com o bico da chaleira me apresentando ao banheiro, como se o banheiro fosse uma pessoa que eu quisesse e muito conhecer. "Banheiro, o bosta, bosta o banheiro!". A ironia tinha se transformado em desprezo e eu pude passar os próximos dois minutos pensando no porque daquela desconhecida, linda, me tratar daquele jeito.

Acho que não sou bom de cama, concluí.


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Criança

Parece a vertigem reluzindo o ouro de um sorriso flamejante em plena luz de um dia normal, quando ela, ao cruzar por mim, me sorriu um sorriso sincero de luz que eu não saberia como retribuir com a mesma alegria uma criança tão ingenua.

Felizes os que percebem as pequenas alegrias reluzindo no meio do caos...

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Desejo de Sorriso

As vezes o coração bate a distancia, por que sabe que do outro lado tem uma alma digna de ser lembrada.
Lembro do dia que ele a viu pela primeira vez, alias, ele não a viu apenas eu, mas como ele anda comigo quase todo o tempo eu a reparei por ele.

Sinceramente, não foi uma olhada de desejo e o coração também não apertou e, talvez, nem apertaria se a visse como eu. Foi uma noite de muita correria e passamos desapercebidos uns pelos outros e se não fosse a ilusão social de te ver nas fotos e dizer "hey, eu te conheço, aceita ai", nunca mais a veria.

Quem vê cara não vê coração, é fato. Mas e agora que vi o seu coração e a sua alma sem a ver de fato, o que acontece?


quinta-feira, 19 de julho de 2012

Vinte noites mal dormidas bastaram para estancar as feridas na alma.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Uma Pedra de Gelo no Café da Tarde!

Caros senhores presentes. Deveria eu, por meio desta, discursar longamente sobre o meu profundo sono? Creio que não. Mas a métrica concedida a mim para as próximas palavras, não me dá o direito de preservar minha identidade, da qual foi roubada, para uma única e exclusiva atividade: A riqueza.

Riqueza esta, que pode chegar de maneira tão rápida ao repetir e reproduzir metricamente, frases gravadas de um contexto alheio e aquém a minha pessoa, e dirigida de modo exclusivo aos direitos pessoais e interesses públicos que vão além do meu direito do sim ou não.

Quando se trata de lados, prefiro o indivisivel e o único lado que tenho: Eu!
                                     

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Crescer...

Caminhava devagar olhando o céu enquanto as ruas da cidade eram repletas de sanidade e ironia. Não seria, mesmo, uma questão relevante, mostrar pra todo que ele enfim havia decidido crescer?

Caminhava com o peito tranquilo e seguro de si. Estava aberto e disse sim ao novo, a vida!

Agora ele era tomado pela chama e pela calmaria de se observar o ambiente a sua volta. Na volta pra casa, (estamos sempre voltando pra casa) a certeza vinha em forma de dois olhos cedidos a simplicidade de ser.

Estava vivo, e pela primeira vez, ele sabia disso...

É assim a verdadeira realidade? Tão delicada como um fio de linha fina?




terça-feira, 10 de julho de 2012

Vermelho - A Terra

"Pode deixar tudo comigo, agora eu assumo o lugar.

Eu sou a vida. O lugar por onde todos vivem. Eu guardo o calor, o torpor, mas também o frio. Sou onde tudo acontece em ode a minha espécie. Sou folha verdadeira, mato crescente no rio. Eu, também, sou a terra e tudo que já existiu."

domingo, 1 de julho de 2012

Vermelho

O sol não havia aparecido ainda, mas as luzes do seu brilho reluziam por trás do morro em tons laranjas.

Ao desembarcar, o cheiro forte da terra fértil subiu e descongestionou o nariz de gripe e a garganta seca do ar-condicionado. A terra é o que mais chama atenção. Apesar de asfaltada, as ruas são impregnadas pelo vermelho e pelo torpor do calor do dia ainda preso no final da madrugada. Amanhecia quando o jovem desceu do ônibus e desembarcou para visitar o que restava de sua infância. Não só as ruas eram vermelhas, as paredes das casas eram impregnadas, também, pelo torpor da terra e pelo cheiro vermelho do calor do dia.

E eu que achava que a cidade era cinzenta, mas não, ela era vermelha. Vermelha em pó!

quarta-feira, 6 de junho de 2012


Oh, pequena
De tão grande, és meu maior poema
Tão doce e amarga ao mesmo tempo
És intensa e cheia de si.

Oh, morena
De pele clara e gostosa alegria,
És de longe, minha melhor poesia...

quarta-feira, 23 de maio de 2012

A Casa que Habito I

Fechou a janela e deixou-a fechada por dias! Trancou seu quarto e ficou pra fora.
Disse-lhe que só entraria caso ela voltasse com a chave nas mãos. E assim foi por dias até resolver reformar a casa e mudar os móveis de lugar.

A casa havia sido habitada por uma visita que resolveu ficar por ali após um encontro despretensioso ao acaso regado de vinho na varanda. A noite era azul quando ela resolveu entrar e passar a noite, mesmo ela sabendo que não passaria de uma noite, ou de poucas, pois era o que o dono dizia, sempre zeloso de seu lar e com muito cuidado para não tirar nada do lugar, que estava impecável à algum tempo. Ele ainda estava confiante e cheio de si, pois sabia que ao amanhecer, ia arrumar a bagunça com muito cuidado pra não tirar nada do lugar e continuar morando no lugar perfeito, longe e livre de falhas humanas. Mas acabou que ele a convidou para passar mais uma noite em sua companhia, quando tivesse um tempo, esperando certamente que, quando a hora do encontro chegasse o afeto já teria ido embora. Então ela partiu, no primeiro dia...

Ele estava só em sua casa, arrumando os detalhes de seu quarto quando viu o afeto jogado embaixo da cama, junto com os monstros de estimação que guardara desde a infância. Era quase terminada a hora da faxina rotineira de todo dia e a unica coisa que faltava para, enfim, terminar o serviço, era jogar o afeto pra fora como sempre o fazia. Mas houve algo diferente naquele dia! O afeto tinha um pequeno brilho, uma pequena luz que brotava em seu interior trazendo mistério. Ele o pegou com cuidado, examinou e pensou sobre o que poderia ser aquele pequeno brilho azul, ainda muito fraco, e que não estava na noite anterior.

Não sei se por medo, mas naquele dia ele não limpou tudo...

domingo, 20 de maio de 2012

Cornetas, aplausos e musica! Um tapete vermelho era o caminho da grandiosíssima excelência passar com o seu precioso uniforme Generalíssimo. Seu quepe encontrava a tempestade de flashs das cameras dos jornais de todo o mundo, enquanto desfilava de mãos dadas com a elegante primeira dama.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

2006.

Era pelo ideal de algo novo que todos nós nos reuníamos para discutir as velhas regras ditadas pelos senhores experientes de vida. Mas a gente não aceitava, diziamos que eramos livres para viver o hoje e aproveitar cada instante, fazendo da vida um acúmulo de experiencias intensas e inesquecíveis. Eramos jovens (ainda somos) e o mundo reluzia diferente, caminhavamos à um novo despertar rumo a uma nova era de sonhos e desapegos materiais. Queriamos mudar o mundo!
Era bonito ser rebelde, lutar contra o sistema. Foda-se o sistemaaaa!

Ai passou uma ano. Outro. Nos formamos. Juntamos todo o nosso aprendizado e partimos a luta.
Passou mais um ano, a luta nem era tanta assim. Arrumamos empregos, compramos carros.
Queriamos ainda mudar o mundo, mas o mundo havia nos mudado.

E nos tornamos aqueles que lutavamos contra!

segunda-feira, 14 de maio de 2012

A Poesia de se Olhar com os Olhos e Desejar a Alma

Inclinou-se sorrateiramente para o lado e o que era sombra apareceu como dúvida. O que restou do mistério, outrora desvendado, era mais visivel ainda por ser indi.visivel ao corpo humano.
Olhos que pegaram fogo, olhavam pra dentro e se perguntavam sobre qual seria o  verdadeiro sentido de tudo aquilo. Talvez não passasse de misterio. Ou egoismo!

Os olhos desejaram o corpo pois queriam a alma!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

A Deriva

Os pés descalços que andam à deriva descobrem, no chão, o peso do mundo!

O homem que vê um mundo novo ao desembarcar sem destino, sonhou um dia atravessar a rua na companhia, apenas, de seus pés, que os guiam livremente nas ruas, avenidas e nas praças.

Enquanto isso, ela, a garota que procura por liberdade, se vê presa num mundo caótico e desumano.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Segunda Pessoa

Imagine você.
Você andando em ruas lotadas de tudo do mundo do pouco de tudo.
Seus olhos observam agora os rostos, as faces multifacetadas de formas distintas da vida humana.
Milhões de vozes e você andando e percebendo, quadro a quadro, em passos largos, o silencio de todos os sons.

Milhões de vozes e você mudo diante de tudo.
(como se a paz sugasse cada onda sonora).

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Não, ele não vai mais voltar... Ele vai viver sozinho.

Não importa o quanto passe o tempo... Ou de que forma. Eu sempre vou... Dizer, escrever e lembrar da nostalgia de ser um cara valente! Nos sentimos livres de andar por ai pelas ruas e receber olhares e propostas diferentes de diferentes pessoas. Nos sentimos livres de ver o tempo passar por ai pela rua a prender pessoas por pessoas por falsas promessas e desejos que nunca irão se cumprir. E essa mascara? Pra que eu a uso se é só pra causar uma desimportancia de não saber lidar com coisas tão simples. Pois então eu me viro do avesso e me coloco a capa de vilão pra esconder os medos e enfrentar a vida feliz que nos aguarda em toda esquina. Ele não é de nada, só como mar.melada!!! Seria mesmo mais um jeito de viver nesse mundo de maguas?

domingo, 29 de abril de 2012

Os olhos despertam misterio. Um interesse instintivo de se ter a consciencia de que nada sabemos a não ser achar.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Metal Plástico

Sorriso estampado em papos furados começam discernindo relações de intrigas levemente cruzadas a tal ponto, que uma hora essa porra toda que te liberta faz de você um canalha. Um cretino que sabe, mas não faz questão nenhuma de identificar o peso de palavras distintas e discretas. Ser um porco não o faz comprometer-se na cruel linha da amizade que, pra quem sabe, soa muito bem com palavras amigas. Ser um verme irritante não faz de mim um louco qualquer, transfigurado na louca e confusa, linha de pensamento que não determina as frases ditas por nós mesmos. A verdade dói, mas é a dos outros que devemos temer. A crueldade também, mas não me vem ao caso agora! O que dói mesmo, é que algumas verdades, quando não são ditas de formas espontâneas, soam como suas e consistentemente como sendo a sua opinião sobre o caso. O caso é que não é pura e simplesmente verdade sobre o caso, alias, (não me vem ao caso, o acaso) nem deveria, mas um instrumento tão genuíno de transmitir verdades através da mentira, as vezes, soa mais verdadeiro que nossa própria opinião e nos deixa dúvidas, sobre o caso de mentir sobre nós mesmos. Você entende o que quero dizer? Tudo não passa de uma mentira inventada para a libertação de nós mesmos através da arte. É mentira!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Simultânea

Carro passando, acelerando. Risos, alegria. Batuque, vocalização. Freio. Buzina. Melodia feminina.Batida.Suave. Xingos.Violão de fundo. Correria. Tiro pro alto. Abraço apertado de saudade.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Olhos abertos, Olhos fechados...

Meus olhos abriram pro mundo. Já fazem semanas. Na verdade ele nunca para de abrir, a cada dia enxergo mais longe mas também os detalhes.

Detalhes...

A sujeira que fica na calça, por ter um jeito moleca de ser, eu reparo e sorriu.
Seus sorrisos que se fecham a cada vez que eu procuro, ainda é bonito de se ver. E eu reparo. Reparo também que a beleza da vida existe sim, e é muito melhor quando nos sentimos felizes pelo sorrisos dos outros ou, simplesmente, pelo sorriso de alguém para outro alguém.
Seus pés mexem vez ou outra enquanto dorme visivelmente. Parece uma criança indefesa quando sente frio.

O carinho e a compaixão são um dos sentimentos mais bonitos que podemos sentir por alguém, e eu prometi a mim mesmo que onde houver intriga, levarei um sorriso. Onde houver intolerancia levarei a compreensão e onde houver o odio, levarei o amor. Assim serão os proximos dias. Contagiar os outros pelo bem, e não revidar o mal que as pessoas nos causam. Elas te ferem e você diz obrigado!!!

Posso não ver agora mas sei que o corpo que dorme tranquilo ao meu lado emite expasmos constantes quase o tempo todo, e exala um cheiro de toque, diferente dessa vez. O perfume não mudou e o deixo apenas chegar ao nariz, para não embriagar meu coração outra vez. Não que eu não quisesse, mas por respeito. Mais uns minutos e vou poder reparar no suor em sua face escorrendo pelo queixo de modo teimoso e tradicional.

E abro os olhos pro mundo e vejo o ceu nublado se abrindo pra mim... Pro meu peito outra vez!

terça-feira, 17 de abril de 2012

O Outro Lado

Ele pensava nela, mas não como posse. Pois nem poderia. Ele estava a deriva a encontrar um porto que ancorasse os prazeres de uma vida a dois, mas não. Ele não poderia, mas a desejava mesmo assim, como se algum dia eles pudessem se conhecer melhor e pudessem, enfim, encarar a paixão de forma sincera uns com os outros. Mas, não! Agora ele havia mudado. Agora ele teria que esconder uma paixão tão clara e sincera dentro dele, que o coração poderia explodir a qualquer momento...Pois não é que a situação havia mudado repentinamente e ele havia de olhar sua face no espelho desejando um corpo sem coração, pois haviam lhe roubado a alma...

Então ele a seguia em sua casa em segundas alternativas, espreitando o pouco tempo que não lhe basta, e que não é seu. Pois agora ele já não era mais o mesmo que conquistava corações solitarios. Agora ele era arrastado a uma onda de coisas secretas ou proibidas pra outros, pois ele nada a tinha a esconder, exceto que era errado da parte dele. Agora, não. Agora ele era ooutro...

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Eu... Pelo mundo



Em dias assim os meus olhos brilham ao venerar a luz divina em nós, refletindo-se ao final da tarde.

O dia foi cheio, corrido e o fim do dia me presenteou com esta espetacular imagem que guardo com tanto carinho até hoje.

Eram meados de 2009 e o meu coração batia disparadamente por si só. Não havia uma musa inspiradora, alias até tinha, mas não era essa a questão. A questão era que passava por aquelas bandas quase todos os dias e nunca, nem sequer, havia olhado uma paisagem dessas desde então. O fato era, ou eu era tapado de sensações mesmo ou o mundo havia se apaixonado por mim outra vez.

E eu pelo mundo!

sexta-feira, 30 de março de 2012

Laranja...

O suco estraído de uma paixão repentina partiu o peito e, agora, os cabelos ruivos esvoaçavam num peito amarelo machucado de uma cica.atriz recente...

O coração que bate eternamente nas cores frias se aventura, então, no calor de braços e olhos ou pescoços vermelhos dilaceradas pelas bocas que tem, e muito, o que falar. Mas nada de promessas, anseios ou afins. Não! Agora, o coração, que prega esperança, deseja-se compartilhar o novo, ou o velho vivido em ambiente sonhadores de outros fins. Agora! O desejo é o que embala o ritmo da música tocada as pressas para ninguem ver ou saber, sem saber que o obvio das coisas explica mais que muita coisa junta!

O bagaço de uma fruta verde madurou e colhe os frutos da idade, que não passou, e se delicia no gosto doce do novo.

A criança que muitas vezes roubava as frutas do vizinho, por ter um sabor de proibido, agora era obrigada a ser invadida pelo gosto delicioso de uma fruta ainda nova e desconhecida em plena estiagem de inverno rigoroso que congelava-o. O menino, acostumado com raridades, e sempre fechado ao novo, e assustador, linear modo de vida das cores frias tinha se corrompido ao calor de abraços confortáveis e amistosos, que acabaram por ser muito convenientes em dias de chuva como aquele.

Hoje ele guarda a chuva com carinho, pois sabe que dela fertilizou a semente que sempre procurava... A paixão!

Laranja na mesa...

Bendita arvore que me pariu...

quarta-feira, 28 de março de 2012

Era pra ter sido um encontro, mas as circunstancias os levaram a outro ambiente, habitado por ressentimentos e magoas passadas, porém, as mágoas do presente, e que pertenciam às outras fases do relacionamento atual dela eram maiores e rapidamente o beijo foi cedido.
Parece loucura se apaixonar com um beijo, mas se forem levar em consideração os beijos cedidos de outrora e os amassos dados em muitas madrugadas por ai a fora, se apaixonar desse jeito por um único beijo, era mesmo idiota ou tarde demais.
Agora é tarde demais, ela dizia enquanto o beijava, meu casamento já está marcado e eu não posso ceder agora, repetia ela que sempre fora louca por ele. E ele, que achava ela muito normal e até tediosa com sua felicidade irritante, percebeu o quanto fora tolo ao se apaixonar por um beijo passado, visto que ele sempre a desejou, porem havia algo que o impedia de se apaixonar por ela. Mas agora não, agora ele havia entendido.

Só que agora é tarde demais!

sexta-feira, 23 de março de 2012

Sobre passos e andares

Andava pela mesma calçada da qual pisara com orgulho sempre, mas agora não. Mas de certa forma sim, porque sorriu mesmo quando o coração apertava e o no na garganta era insistentemente implorado a ser engolido mas sem sucesso...

Era mesmo audivel que os passos que antes cortavam aquelas avenidas em plena madrugada de uma forma firme e enrusbescida, agora estavam leves em pluma e podiam alcançar os ceus em qualquer minuto.

Sobre o Mar entre a Represa


Vai! Pode passar eu disse, é só não olhar pro lado. E repetia isso incessantemente pra ver se eu conseguia convencer a mim mesmo de minhas palavras, agora cheias de confiança de si.

Eu também tenho medo de altura, mas sempre encarei o fardo de meus temores olhando para o outro lado ou apenas ignorando a presença do incomodo de se estar vulneravel em meio a tantos problemas.

Ela parou, esperou. Esperou mais um pouco e seguiu, olhando pra frente como quem enfrenta os proprios medos de cabeça erguida e eu, rindo daquela situação pitoresca me divertindo com a angustia dos outros. A risada que saia sadica e irritante surgia de dentro como um grito desesperado de querer ajudar um amigo em apuros e a minha unica reação era essa, segurar o riso por fora e torcer muito por dentro.

Hoje posso dizer com toda certeza que estou lá no meio disso tudo tentando entender por que parei de olhar para os lados e para o perigo...

Acho que estou prestes a nadar sem medo...

Canto de um canto qualquer

"Todo dia o sol levanta e a gente canta o sol de todo dia.
Fim da tarde a terra cora, e a gente chora porque é fim da tarde..."

Devo confessar a você que ando sem inspiração nesses ultimos tempos, alguns disseram que é a maturidade chegando,
outros ainda dizem que não. Eu já não sei o que eu posso esperar de mim. Parece que acordei de um sonho, e quando me
deparei com a realidade, ela me castigou me suspendendo de sonhar. Mas devo confessar que ainda sonho...

Noite

Fios que prendem na linha da água de um céu azul estrelado, porém ainda de dia, nos fazem soltar o corpo em direção ao movimento esvoaçante do vento em direção as estrelas.
É fim de tarde em seu apartamento, quando ele, enfim, percebeu a existência da luz divina que habita as noites claras de um outono conturbado e violento da cidade. O recomeço é uma chama insólita que queima os corações virgens daquele que por ventura se arriscou a saltar sem paraquedas a uma altura certeira de fim.

É quase noite quando este homem, incerto, percebe o silencio ecoando lá do alto encontrando o chão caótico e barulhento das nuvens de carros.

É quase certo que este homem se envolva esta noite com uma mulher casada e dividirá suas esperanças com alguém tão desesperado quanto ele. O fato será televisionado na manhã seguinte com uma noticia de assassinato na banheira de um motel barato e sujo e estancará a esperança de um marido engasgado no sofá da sala com um pão velho, amanhecido e duro nas mãos, comprado pelas mãos da esposa que agora aparecia ali na TV, velha, dura e amanhecida.

Será manhã quando o dia terminará pra todos!

sábado, 17 de março de 2012

Em terra de lama, quem tem asa é rei

E o equilibrista que perdeu o equilibrio, aprendeu a voar alto sem asas, e num capote, que parecia a hipocrisia aberta e brochada da epiderme central de um nucleo vazio de exposições cediam aquela criatura o nome do vento que batia aos braços...

Entao o vento, numa espiral, refletiu-se duas asas ao qual nao me lembro a forma, encontrou as costas do desequilibrado a planou sobre um circo vazio e fedido!!!

Em terra de lama, quem tem asa é rei!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Algo parecido com liberdade!

E elas pensam que sabem de tudo...
Enquanto as observo andando de bicicleta como se estivessem fugindo de algo!
O vento no rosto, eu de longe conseguia imaginar!
(Aqueles que lá estavam achavam-se os donos da razão e mal percebiam, se quer, a presença da sujeira entre eles, do mundo)

E o menino, que tem necessidade de agradar. "Meu amor disse qu vai fazer almoço pra mim", ele estava todo feliz, de forma que eu tambem fiquei e de certa forma me senti vulneravel a paixao!

Mas nada que não passasse de um bando de gente que pensa que sabe do mundo...

Menos o menino, que gosta de agradar... Ele gosta de proporcionar pros outros o que julga importante!
E a sensação de liberdade que embarassava o meu cabelo de quem nem lembrava onde estava!

Eu fiquei extremamente nervoso, daquele nervosismo de ansiedade, eu me refiro.
Lidar com o ser humano é complicado porque alguns pensam que são super humanos e se esquecem de tirar algumas fantasias da cabeça. Eu tenho, de longe, pena.

Se é que voces me entendem?

Mas hoje não, hoje foi um casal em sintonia, um rapaz curioso e interessado e uma mulher, e mãe, preocupada. Achei tudo aquilo confuso, por mais simples!

Acho que alguma coisa mudou!

Precisava dizer que essa relatividade toda de espaço, tempo e pessoas é bem curiosa se visto de longe...

Algo parecido com liberdade!

sábado, 21 de janeiro de 2012

Sobre Estar no Chão Voando Alto

Deve ser dificil para um garoto de 10 anos subir e descer escadas.
Então ele subiu, ou eu mesmo. O medo de se prender em algo veio da infância e enfrentar elevadores tem sido dificil até então, até hoje, alias.

O primeiro andar foi facil, 30 escadas correndo, pulando a cada dois e, as vezes, tres degraus (ou "degrais", como eu falava enquanto corria subindo).
As proximas sessenta foram faceis também, mas demoraram um pouco mais em relação a anterior. E assim foi, num grafico continuo, diminuindo o ritmo a cada degrau rumo ao topo, mas o objetivo estava longe de se alcançar. Então olhou pra cima, o coração disparou e a segurança (ou o segurança, nunca soube se era homem ou mulher) não estava ali onde sempre fica.

A porta estava entreaberta, ou pelo menos destrancada e, enfim, havia decidido enfrentar o meu maior medo até então, a altura!

A sensação de estar no topo do mundo deve ser a mesma, pensei. E o vento que batia forte, levava o coração ao delirio de se experimentar o gosto de ceu que ele trazia, junto com o cheiro de mar que imaginava ser uma boa combinação.

Depois desse dia eu jurei ser livre a vida toda...