sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

O dual

O palhaço parece feliz, mas eles não sabem o que passaram os clowns antes de serem dois. Quando eram perdidos, desalmados, desamado e desarmados de toda a alegria e a felicidade humana. E foi com um sorriso, uma gargalhada, um estado de espírito bipolar igual a este, que me tornei o que sou nas horas vagas. Vagas horas sei bem, porque não se pode ser palhaço sempre...
Todo o tempo o tempo todo...
Palhaço não tem tempo e muito menos horas, nem segundos e nem minutos. Só alegria, felicidade. Riso.
Cultivem o riso.
Pelo amor em si próprio, deixe-se rir, cultivemos o nosso riso. Gargalhem, cultivem a alma e acreditem, porque, Acreditar nas pessoas com sinceridade é uma fonte de entusiasmo. E eu sei bem, por isso acredito.
Acredito nas horas também, no tempo, no nosso tempo, e é tempo difícil para os sonhadores, para os poetas e também  para os palhaços.

Ser humano e palhaço?
Ou palhaço e humano?
Ser ou não ser?
Não sei se é uma questão!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Lavando a alma!!!

Depois de muito tempo trocando elogios, chegara a hora de lavar a roupa suja, trocando farpas até perder a noção do ridículo e a cabeça...
Ela me odeia, mas no fundo eu sei que me ama, porque eu a amo. Eu a odeio por isso.
Seu jeito inocente de ser até pouco tempo atrás deu lugar a uma fera que vomitou aquelas palavras do fundo do seu coração, com todo ódio e rancor que algué pode aguentar por um longo período fingindo não ligar. E eu no fundo, queria dizer "eu te amo" ao mesmo tempo que mandava para lugares um tanto inusitados e exóticos, porém, minha saudade de sua voz era tremenda, e eu ouvia sua voz brava e decidida. E no fundo eu gostava, queria mesmo era ouvir tudo, tudo com ódio, eu precisava daquilo pra lavar minha alma e me sentir um imbecil, um idiota.
"VOCÊ É UM IMBECIL E EU TE ODEIO POR ISSO!!!!"

Sim, e eu te amo por isso.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Meu sangue de mentira!!!

Eram 20h20. Subi no onibus e foi a melhor coisa que já fiz na minha vida!!!

Palhaço...

E de repente, outro estopim.

Todos choram ao  ver o menino, um menino que chora às mazelas por não estar vendo todos felizes, e ele, só queria estancar o ódio do mundo lá fora nem que seja por alguns meros segundos de sorrisos sincero.

Ser palhaço e humano, humano ou palhaço?

Ser ou não ser?

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

No restaurante.

Não a vejo, apenas sinto o seu perfume se aproximar. Estou de costas para a porta.
Ela se aproxima calada mas com um sorriso leve, andar despreocupado e braços displicentes que só os adolescentes são capazes de ter. Ela não está sozinha, está com um homem muito mais velho. Ele é grande, muito grande, cabelos mesclados entre dourado e prateado, patas de urso. Os dois pegam a mesa à minha frente. Ele de costas, ela virada para mim.
Ela me olha pela primeira vez e na segunda percebe que está sendo observda.
Eles pedem pizza e ele a deixa escolher. Ela pede meia conco queijos meia à moda. A minha está para chegar.
Ele fala gesticulando muito, é rude, quase grosseiro. Ela questiona tudo o que ele diz de um jeito mais contido, não que seja tímida, mas por não querer ser descoberta. Percebo que as mãos dela são parecidas com as dele. Grandes, denotam inconstância.
À essa altura minha pizza já chegou. Eu como calado, observando-a. Então ela percebe com olhos de uma sutilieza denunciada que não uso nenhum tipo de anel e também que não estou esperando ninguém. Nesta noite não tenho história nem histórico. Apenas estou lá, sozinho, para comer, e agora para observá-la.
A pizza deles chega e ela só come a de queijo com volúpia que também gostaria de sentir enquanto como a minha. Ela me olha instigada enquanto bebe água, apenas água.
Ela tem gestos que não condizem com sua idade e opiniões com a mesma característica e por isso me deixa ainda mais fascinado. Percebo que a partir daí tudo o que ela diz é pra mim, agora ela conversa comigo.
Em intervalos constantes ela desenha astros com palito de dente no papel vegetal, é ambidestra.
De repente o assunto acaba e ela apenas come sua pizza olhando para o nada. Se esquece de mim, do mundo, do restaurante, de si mesma. Ouço seus brincos tilintando com o vento.
Eles retomam o assunto, conversam animadamente. Ele bebe demais e isso a deixa irritada, eu percebo.
Eles terminam e ela me olha. Ela vai embora e está me avisando. Uma piscada furtiva de despedida.
Pagam a conta, vão embora em silêncio. Sinto ela me olhando até perder de vista enquanto termino de comer minha pizza fria.


Aral

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Problemas...

Foi numa quinta... (sempre é, não é estranho?)
Resolvi mudar meu caminho de todos os dias, foi num impulso (por isso gosto da palavra), e eu mudei na hora. Virei a rua a desci...

Saio numa avenida muito movimentada e com uma calçada estreitíssima a ponto de não poder passar duas pessoas sem se esbarrarem ombro a ombro...

Um desafio (adoro)!

De longe vejo um ceguinho andando devagar e com muita dificuldade pra seguir o seu caminho (se é que ele tinha algum), e passo por ele mas minha consciencia (não escrever direito desculpem) fica olhando pra trás como uma pessoa normal que ajuda as outras, por que não...

Pensei em ajudar mas sou péssimo pra ajudar as pessoas, mas ajudei mesmo assim...

Me falava que vinha do sul pra dar uma palestra aqui... Mau sabia ele que as pessoas aqui eram horríveis... Comecei a pensar como ele havia chegado ali sozinho sem nem conhecer a cidade e, pasmem, ele sabia exatamente onde estava e pra onde deveria ir e onde parar. Eu queria ajudar de alguma forma mas não sabia direito onde eu tava, muito menos pra onde eu deveria ir...

_Quer uma ajudar moço?!!
_Sim, sim eu quero!!!
_Pra onde você vai?!! Quer que eu ti leve, acho que eu posso me desviar do caminho só pra te ajudar a encontrar seu destino...
_Muito obrigado!!!
_Como você anda sem nem conhecer direito AQUI!!! Além do mais, é muito perigoso você andar por esses lados sozinho você não acha?
_Eu não costumo vir por aqui não moço, mas por um ato de impulso eu desviei meu caminho pra esvaziar a cabeça de pensamentos vazios...
_Não enxerga que você precisa de ajuda?!

Não disse mais nada depois daquela pergunta... Mas ele me ajudou mesmo assim..

Até (quem sabe) um dia!!!

Nunca mais a vi, e nem vou ver. Vai ver é assim mesmo, é melhor assim!!!

Até um dia!!!

Não fizemos nenhum telefonema, não trocamos mais cartas, nem nos falamos mais já faz algum tempo e, mesmo assim não parei de pensar no que aconteceu até hoje.

Era pra ser algo passageiro, mas foi tomando conta de mim e tive que te abandonar, antes que eu abandonasse minha vida...

"Se eu te encontrasse com a luz acesa, eu entraria com toda certeza!!!"

Sem mais...

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Papo...

(ela)_Por onde andava enquanto esteve sozinho?
(ele)_ Às vezes eu penso, às vezes caminho...
_ Sozinho?
_ Não me sinto só, eu tenho você!!!
_ Não tem mais... Ele se fôra.
_Quem?
_ Seu passado.
_Meu passado passado?
_Não, nosso passado!
_Mas, e meu futuro? Eu tentei enxengar mas só via escuro...
_ Porque não tenta mudar?
_ Eu não tenho medo do escuro.
_ Então venha, aproxime-se... Estar no escuro não é pior do que estar só.
_Mas sozinho eu também não quero ir.
_Decida-se
_Sinceramente?
(ela balança a cabeça afirmando)
(ele)_ Não quero...
_Mas você pode escolher... Existem outros caminhos.
_Qualquer um serve...
_Não se você já sabe pra onde está indo.
_Eu sei pra onde estou indo.
_Então...
_Qualquer caminho.
_Seu defeito é estar sempre sorrindo... (ele vai embora) Sozinho.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Saudade...

Era só saudade...

Era só saudade...

Era saudade só...

Saudade só era...
Só saudade era...

É só saudade mas agora já não dói.

AmorTECE- dor, manipula DOR...

É assim que eu me sinto em cada palavra

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Entre terras distantes...

"Mas é claro que o sol vai voltar amanhã, mais uma vez eu sei..."

Parafraseando a música que começou logo quando eu desci do táxi, era pra mim naquele momento, foi um momento incrível, toda a cidade a minha volta e eu esperando uma pessoa que não sabia se viria. Mentira... Sabia sim, só não tava acreditando mesmo.

A música entrou em sintonia com minha percepção da cidade, e, quando cantou a frase "espera que o sol já vem...", adivinha quem veio?
Ela mesmo...

Eu levantei, meio com sono e cansado ainda, e ela deu um sorriso e um gesto com a mão me comprimentando do outro lado da rua. Ela atravessou, veio em minha direção e abraçamos um abraço que abraçava o mundo com saudade que só quem sente sabe explicar o que que é isso...

Depois disso...

Precisava de um pão de queijo com um café forte pra relaxar e sair, enfim, de um jejum de beijos e abraços amargos trancados a sete chaves dentro de um coração acelerado.

Era sim a música pra mim...
Espero que o sol volte outro dia...

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Vício

Andei pela casa a noite toda, não conseguia durmir. A madrugada às vezes castiga, é fria, mas eu gosto.
Procurava por fogo... Revistei armários, estantes, estático, só encontrei vestígios da minha solidão.

Ela se fôra, não se esconde mais aqui...
Pensei até em pegar um copo mas desisti. Afinal, mais uma dose e eu morreria logo aqui... Logo aqui que sempre me senti tão vivo, tão perto de você e distante do mundo.

Pensei em me jogar do alto de um prédio, ou gritar seu nome quando estivesse lá em cima. Quem sabe assim você ouviria meus apelos, meus desejos, meu consolo que perdi e que me tirava de um vazio escuro.

Eu precisava de luz... De fogo...

Três meses é muito tempo pra quem acostuma todos os dias...

Só ouvia o desespero...

Meu corpo pedia pra te ter uma vez mais mais...

Meu corpo ardia.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Não saia de saia pra rodar

O relógio me deu uma trégua, deve ser por algum motivo que eu ainda não compreendi muito bem. Tenho falta de prática na escrita. Ouvi uma frase muito bonita e tenho que colocar aqui, "Quando a gente ama, a gente fica nu...". Deve ser isso.

O relógio me deu uma trégua por isso, estou semi nu esperando ficar com você.
E ele vai voltar a me informar as horas, que estou contando faz tempo, pra te ver. Quando estiver aí... Você vai ver...

Me deixa louco por saber que eu não estou. Mas falta pouco. E vai ser por pouco, muito pouco tempo. Depois o relógio volta. Sempre volta. Se não voltar é porque eu não voltei.

Ficaria feliz...

Vamos ser dois a rodar em meio ao salão de nossos sonhos, num turbilhão de pensamentos que me confina a pensar em você...

É isso, estou semi nu... Mas quando a gente ama...

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Está no ar...

Cheguei a pensar em loucura quando vi os dois. Senti que um beijo estava no ar, assim como um amor proibido...

Eu sempre acerto nessas horas, o amor e o proibido estava no ar como um estampido de tiro que fica depois que acertou em cheio um peito pálido de sangue e ódio...

Os olhos do proibido abraçam o amor como se abraça uma noiva em sua lua-de-mel.

A boca de quem ama, fala de um jeito doce mas impaciente, como se quisesse beijar-lhe pelas palavras, já que o proibido, há de proibir todo ou qualquer gesto mau interpretado pelo interlocutor do ambiente, que se nega, (ou nem imagina) o que está pra acontecer...

Era um beijo vívido, de alegria, isso porque eu não vi.

Se visse, seria um beijo comum. Mas como imagino os dois juntos, e os outros nem imaginam, é mais legal...


Definitivamente, sou melhor pra imaginar do que pra fazer, se fosse comigo, estragaria tudo no primeiro minuto antes de acontecer o beijo...

Então imagino...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Dois...

Me sinto dois...

Ao mesmo tempo em que sou um, meu outro lado decide não ser um só. Insiste em ficar sozinho a dois comigo mesmo, mesmo.

Estou feliz por estar triste, ou, triste por estar feliz, acho que no fundo é a mesma coisa.

Não sei dizer ao certo, só sei dizer que não sei, e admito não saber das coisas mesmo. Minha opinião é essa, nossa opinião, já que não me sinto um só.
Me sinto vários mas também sozinho, como se todas as personas que tenho se vão num simples golpe da ilusão, e me nego a pensar que mesmo assim (repiti muito isso já), sofro sendo vários mas também sozinho. Nem sequer paro para ouvir meus conselhos sobre a minha vida, não quero eu me intrometendo na minha vida, e também, não quero que intrometam na minha vida (mesmo sendo eu).

Acho que vou parar para ouvir meus conselhos...

Tenho muita coisa pra falar...

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

5h05...

Meu palhaço me acordou as pressas...

_ Vamos acorde!!! Quero brincar, há tempos que você nem fala comigo...

Como poderia falar se ele, sou eu, ou eu e ele somos um...

Acontece que eu tinha deixado ele muito de lado ultimamente, nem brincar eu brinco mais. Se eu fosse ele (e sou), estaria em prantos comigo mesmo, bravo, muito chateado. Como pode esquecer assim de seu dual. De seu palhaço!!!

_ Eu não estou de brincadeira hoje... Tenho que trabalhar daqui algumas horas!!!
_Esquece teu trabalho...
_Me esquece por hoje!!!
_Você anda tão esquecido, esquece que sou eu que cuida de ti?!?
_Só não quero ter que esquecer que eu tenho emprego...
_Só não se esqueça de quem é você mesmo. (eu).
_Eu não sou ninguém, mas tenho emprego.
_Não precisa de algo a mais?
_... Se soubesse...
_Poderia estar comigo... Brincando!!!

Não foi nada engraçado o que ele disse...

Nunca é...

Palhaço sem graça...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Tenho 5 minutos...

Alguém tem 5 minutos pra falar comigo?!!

Quase em uma de Nélson

Nélson Rodrigues que me desculpe, mas, aconteceu comigo, ou melhor, quase. Estava no metrô à umas 4 estações da luz que eu vi ela entrando. Loira, linda e nem preciso dizer o resto porque aqui não preciso mesmo, ela olhava pra todos com a máxima atenção, chegou a entreolhar para mim várias vezes, mas, como de costume, desviava o olhar pra não chamar a atenção.

Sou discreto sim e me orgulho disso...

Mas ela tava dando tanto mole, que eu cheguei a pensar que a coisa poderia ser até comigo mesmo, pensei, respirei, me aproximei...

Ela também se aproximou e sentou ao meu lado, mesmo o trem lotado.

Não sou bom pra puxar assunto mas perguntei logo seu nome. Bianca era um nome lindo, sempre gostei desse nome, daria um belo casal, césar e bianca, comecei a pensar nas probabilidades de vários outros nomes pra vários outros filhos loiros que poderiamos ter. Pensei até, que poderiamos sair da agitação da cidade e ir morar no campo, eu, ela e nossos 3 filhos.
Sim. 3. Já tinha decidido. Com 3 há mais chance de ter um casal, e a ideia de ter um mais velho pra se orgulhar, um mais novo pra mimar, e , um do meio pra brigar era tão interessante, que eu até ignorei as outras alternativas que viriam a seguir se continuasse pensando.

De repente um cutucão...

"E você? não vai querer nada? Se quiser... A segunda hora eu posso dar de graça!!!".

Nélson que me desculpe... Mas não era a mesma dama do lotação...

Impulso em meus pulsos....

Hoje à noite, sou eu, quem decido se vou voltar pra casa ou não. Sempre tenho manias, mas não ligo, o difícil mesmo, era saber, ao certo, tudo aquilo que não tenho dito e, que, deveria ter me explicado mais.

Ouvindo música o tempo pára e eu já posso pensar no que dizer...

Sim, posso falar o que eu quiser sem nem ao menos pensar em dizer isso, é mais legal, e legal não é, aqui, mais um elogio ridículo de quem não tem nada melhor pra falar.

Sempre escrevo tudo que vem na cabeça na hora exata que me aparece, assim não perco a ideia, nem, paro pra pensar se faz sentido o que eu escrevo. Assim fica mais fácil e me economiza tempo... tenho muito pouco ultimamente...

O relógio me castiga, já disse isso, mas se não disse, saibam que isso é de muita importancia saber...

O que mais chama minha atenção, são os relógios...

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Quinta...

Pela quinta vez que escrevo aqui... quinta-feira de sol e solidão, não sei mais o que fazer depois de tanto tédio...

Poderia me apressar em dizer que hoje, sendo quinta, eu deveria estar feliz. Feliz, por poder fazer o que eu quiser as quintas, e principalmente... ser quem eu quiser...

Às 18h18 meu onibus passa e eu vejo a cidade alagada de carros parados, abandonados pelo semáforo que insiste em deixar passar alguns por aluns minutos... Nessa cidade desacreditada dela mesmo, acreditaremos no semáforo... no avião... ou no relógio porque não...

Eu acredito no relógio...


Acredito no coração...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Um sorriso de fé

6h30 da manha...

Todos levantam já cansados da mesma rotina de todo dia, parece chato mas é assim mesmo. Partimos em busca de uma vida melhor ou de uma oportunidade que nos de a sensação de segurança e felicidade.

E eu, como sempre, estava, mais um dia, esperando o onibus para ir ao trabalho, e vejo aquela senhora feliz, realmente muuuuuito feliz, com a felicidade estampada no rosto. Não era um sorriso de alegria, por que alegria é passageira, era um sorrido de verdade, de esperança, de quem acredita nos milagres da vida e nos milagres do pão de todo dia, era um sorriso de fé...

Até aí tudo bem...

Se ela não fosse uma simples catadora de papelão...
Seu sorriso era contagiante e teu semblante era lindo... Por trás daquela roupa suja e toda aquelas rugas eu via a felicidade, se ela fosse uma pessoa concerteza seria aquela senhora de cabelos sujos e compridos...

Concerteza não era apenas um sorriso...

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Um papo de boteco

"Aquele sujeito parecia o maradona ontem..."
"Juiz sem-vergonha... Ladrão é o que ele é"
"Aquilo é uma pouca vergonha"

E foi assim...

Entrei pra almoçar e já ouvi a discussão.
"Alguém fez gol de mão foi? Ah, aquele juiz...(censurado), e aquele penalty então?!!! Que pouca vergonha"

Realmente o papo parecia muito importante para aqueles nobres senhores ali reunidos em busca de uma opinião, e, até quem chegava sem saber do assunto já ia opinando ou, simplesmente, xingando o juiz.
(Aquela senhora mãe do juiz deve ter ficado com as orelhas enormes de tanto que lembraram dela, nem quando ela tiver morta vão lembrar dela, alias, vão lembrar sim, do filho que validou aquele gol desmerecido e roubado)

Até eu, que não sei falar de futebol, arrisquei algumas palavras, mas foram breves, prefiri ficar prestando atenção no assunto que parecia não haver uma solução tão breve ou pacífica.

Aí fiquei pensando...

Se todo cidadão brasileiro se interessasse tanto pelo brasil como se importa com os jogos polêmicos, o brasil seria ou não seria diferente?!

Eu bem que queria...

Eu até queria sair aquele dia, mas a chuva, às vezes, atrapalha.
Queria andar ou correr por aí pelas ruas.
Até de madrugada... Até minhas pernas não aguentarem mais e ter que voltar por já estar cansado demais para correr. Esse é meu conceito de liberdade, confesso que não sou muito livre, na verdade, ninguém é...

Mas se não somos, então por que tentar?

Continuando com aquela noite... Na verdade, fim de tarde, não sou bom em olhar para o tempo e dizer as horas, mas eram quase sete...

Tinha acabado de chegar naquele casarão antigo, cheio de poeira, pó e poesia. Tomava café tranquilamente, mesmo não sendo um apreciador profissional, apenas, às vezes, casualmente, principalmente quando estou naquele casarão antigo, quando de repente, quase engoli a xícara ao vê-la naquele lugar depois de anos. Esperava por tudo menos por ela...

Tudo menos ela...

Depois daquela noite, cheguei em casa já era a noite... bem de noite... resolvi não sair mais!!!

domingo, 23 de agosto de 2009

A primeira a gente nunca acerta...

E foi naquela noite...

luz de velas, parecia perfeito.

A conta de luz não havia sido paga, eu acho, pelo menos eu tentei acender a luz, odiava o escuro mas não falei nada é claro. E pensar que outro dia mesmo estava pensando justamente nisso, em seu corpo, e agora, eu lá estava, com ela, no escuro.

Não vi corpo, não vi nada...



Só vi o pavor esquentando quando a vela caiu na cortina - aquela velha história se repete, a da cortina,que pega fogo e o vizinho chama o bombeiro pra apagar o nosso fogo que não deu certo - e eu corri...



Estava gelado parado em meio ao fogo, estático...



dizem que a primeira a gente nunca acerta né!!!