quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A ultima viagem

Era pela distancia que diminua a cada dia que eu pedalava mais um pouco. Quando eu vi, estava num lugar tão longe, que eu demoraria o mesmo tempo que o sol demoraria para atressar o céu de ponta a ponta. Eu chegaria a noite em casa e a minha bicicleta seria confiscada pelos pais que não entenderiam muito bem o fato de o filho mais novo estar se aventurando cada vez mais longe em bairros vizinhos.

Depois desse dia eu perderia a minha bicicleta pra sempre...

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Cloreta Só

Vomitaram em seu corpo, durante o sono, todo aquele vinho torpe e azedo do qual eu também bebera. E eu ainda a escutaria gritando e chorando na sala de vidro, tentando, provavelmente se livrar daquele vinagre no corpo. Eu não imaginaria que ela, justamente ela, teria apagado da memória o gosto daquele tinto vinho.

O vinho, que agora não passava de vinagre azedo batido pelos estômagos de todos os que acusavam-na em seu aniversário, sofria e esvaiando-se-ia junto com o lodo de palavras amanhecidas, enquanto descia pela pia.

E assim o vinagre, que era vinho tinto, se transformou em água salgada!

Vontade...

Tenho vontades de um monstro!
Um monstro que devora vontades assim como as vontades que nos devoram...

Eu lembro quando a minha poesia era marcada e regrada de acordo com a estética predominante, não fazendo questão do conteudo como forma da expressão. As formas usadas eram rimas e linhas contabilizadas em ordem e não palavras pesadas de solidão...