sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Me entreguei aos prazeres do mundo e a chuva lavou o meu pranto. Por dentro um coração 

despedaçado agora limpo. Limpo e despedaçado!

A terra é o gelo do fogo, e o fogo é a alma do negócio!

Então! Que o fogo se torne tão sutil como água e a água tão etérea quanto o fogo!

domingo, 16 de setembro de 2012

E o menino, que se diz já crescido, se viu preso na angustia de não ser o que sente. É deserto em mim...

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A Cor Ria do Correr

Corria.
Enquanto corria, ainda observava o ambiente, as ruas e os carros.

Era uma menina que tinha sede de correr atrás da vertigem. Corria, por entre os carros, as ruas e avenidas.
A calçada já não era suficiente. Corria observando o caos que se instalava a cada minuto que passava.

Corria, corria e corria. Corria no corredor do tempo, entre os semáforos de uma esquina e outra. E aumentava a velocidade a cada passo. A vertigem passava e corroía. Corrida por dentro, a velocidade a fez deixar os olhos em segundo plano e aumentar, também, o passo.

Corria, corroida, pelo tempo. Por dentro.
A cada esquina era obrigada a esquivar-se da falta de tempo.
Não havia um minuto sequer sem parar de correr. A corrida fadigada e constante, mantinha o ritmo e acelerava a cada vez que controlava a resPiração.

Corria, corria. E corria tão rapido, que por alguns segundos elevou-se os seus pés do chão e esteve iluminada pela chama que nos consome.

Corria, e de tanto correr, o vento que aumentava junto com os passos, apagou o fogo e o resto do foco ao redor de seus olhos.
Corria de frente, em linha reta, quase sem respirar. Respirava por que era obrigatorio e culpava-se por cada segundo perdido, cedido a respiração.

Chegou a metade ainda inteira, mas visivelmente cansada. Correu tanto, que de tanto correr, corria das cores que riam pra ela.

Estava velha quando se aproximou do final da avenida e viu seu cansaço chegando primeiro que ela.
Estava cansada e velha quando viu a esquina dobra-la ao meio.

Estava fria, perdida no sem-rumo do fim...




Eu fiz até um samba com seu nome mesmo sem saber onde você mora!

Eu tinha tudo pra falar, mas resolvi cantando. E agora com as letras tiradas nos dedos, eu lhe falo tudo  o que eu devia sonhar.

"A menina quando foi ser resgatada, dava pena da coitada, preferiu não se arriscar.
O garoto, já crescido e muito esperto, dando-se conta do xaveco, conseguiu te conquistar."

Viver era uma questão de anos. Anos de idade a frente no pensamento e na conclusão sobre os fatos da vida! 
Ela sabia disso, mesmo sendo nova demais pra vida. Ele também, mas tinha consciência de sua incompletude e isso o acalmava.

Acalmava-o, por excesso de segurança em achar que tudo vai ficar bem no final, mesmo se não der. Isso o fazia querer arriscar, a vontade de se lançar ao risco sentindo o medo bater na cara era de um mistério vigoroso. A capacidade de buscar a calma em um momento sedutoramente eletrizante, nos dá a capacidade de experimentar, em camera lenta, todos aqueles momentos que passam em frações de segundo e mal percebemos.

Hoje eu cantei um samba e desaguei cantando o que não devia.
Hoje, vou botar pra fora o inevitavel confronto com o fracasso e dizer a ele o quanto é bom o dia
Bom Dia!
Mesmo sendo mais que boa noite meus dedos não enxergam as horas.
 



quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Sobre Cercas e Muros

Pulava placas, muros e portões. Não havia obstaculo que o parasse. Desde muito jovem aprendeu a arte de se esquivar do mundo. Qualquer contato que pudesse interferir em seu caminho, pulava-o, ou dava um jeito de se esquivar.

Começou a correr aos 10 anos. Na corrida sacudiu poeira da estrada e partiu rumo a lugar nenhum.

O mais difícil de se perder no próprio caminho é não saber como lidar consigo diante da aridez do mundo. Percorria milhas e milhas, mas a sensação que obtivera era de que o caminho não havia mudado. A sensação de correr, correr e não sair do lugar era plena. Absoluta.




terça-feira, 4 de setembro de 2012

Então o Palhaço caiu e assumiu o seu fracasso...


Pensamento Poético











































































































































E de tanto pensar, acabou-se a história!

A Menina dos Olhos Sorridentes


Flores cercavam o caminho por onde eu, criança, cruzava pela terra vermelha e encontrava dois olhos negros que sorriam pra mim.

Os olhos eram puxados pelo sorriso. E eu, somente, poderia passar se levasse comigo aquele sorriso tão lindo de seus olhos!

Não és negra, nem mulata e nem branca. Mas os olhos mestiços puxados por um sorriso contido despertam na alma o desejo de se olhar por entre a menina daqueles olhos. A menina sorridente daquela garota disseminava uma pureza preservada num corpo jovem crescente.

Não és menina. Mas a menina dos olhos sorri pra mim.