quarta-feira, 23 de maio de 2012

A Casa que Habito I

Fechou a janela e deixou-a fechada por dias! Trancou seu quarto e ficou pra fora.
Disse-lhe que só entraria caso ela voltasse com a chave nas mãos. E assim foi por dias até resolver reformar a casa e mudar os móveis de lugar.

A casa havia sido habitada por uma visita que resolveu ficar por ali após um encontro despretensioso ao acaso regado de vinho na varanda. A noite era azul quando ela resolveu entrar e passar a noite, mesmo ela sabendo que não passaria de uma noite, ou de poucas, pois era o que o dono dizia, sempre zeloso de seu lar e com muito cuidado para não tirar nada do lugar, que estava impecável à algum tempo. Ele ainda estava confiante e cheio de si, pois sabia que ao amanhecer, ia arrumar a bagunça com muito cuidado pra não tirar nada do lugar e continuar morando no lugar perfeito, longe e livre de falhas humanas. Mas acabou que ele a convidou para passar mais uma noite em sua companhia, quando tivesse um tempo, esperando certamente que, quando a hora do encontro chegasse o afeto já teria ido embora. Então ela partiu, no primeiro dia...

Ele estava só em sua casa, arrumando os detalhes de seu quarto quando viu o afeto jogado embaixo da cama, junto com os monstros de estimação que guardara desde a infância. Era quase terminada a hora da faxina rotineira de todo dia e a unica coisa que faltava para, enfim, terminar o serviço, era jogar o afeto pra fora como sempre o fazia. Mas houve algo diferente naquele dia! O afeto tinha um pequeno brilho, uma pequena luz que brotava em seu interior trazendo mistério. Ele o pegou com cuidado, examinou e pensou sobre o que poderia ser aquele pequeno brilho azul, ainda muito fraco, e que não estava na noite anterior.

Não sei se por medo, mas naquele dia ele não limpou tudo...

domingo, 20 de maio de 2012

Cornetas, aplausos e musica! Um tapete vermelho era o caminho da grandiosíssima excelência passar com o seu precioso uniforme Generalíssimo. Seu quepe encontrava a tempestade de flashs das cameras dos jornais de todo o mundo, enquanto desfilava de mãos dadas com a elegante primeira dama.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

2006.

Era pelo ideal de algo novo que todos nós nos reuníamos para discutir as velhas regras ditadas pelos senhores experientes de vida. Mas a gente não aceitava, diziamos que eramos livres para viver o hoje e aproveitar cada instante, fazendo da vida um acúmulo de experiencias intensas e inesquecíveis. Eramos jovens (ainda somos) e o mundo reluzia diferente, caminhavamos à um novo despertar rumo a uma nova era de sonhos e desapegos materiais. Queriamos mudar o mundo!
Era bonito ser rebelde, lutar contra o sistema. Foda-se o sistemaaaa!

Ai passou uma ano. Outro. Nos formamos. Juntamos todo o nosso aprendizado e partimos a luta.
Passou mais um ano, a luta nem era tanta assim. Arrumamos empregos, compramos carros.
Queriamos ainda mudar o mundo, mas o mundo havia nos mudado.

E nos tornamos aqueles que lutavamos contra!

segunda-feira, 14 de maio de 2012

A Poesia de se Olhar com os Olhos e Desejar a Alma

Inclinou-se sorrateiramente para o lado e o que era sombra apareceu como dúvida. O que restou do mistério, outrora desvendado, era mais visivel ainda por ser indi.visivel ao corpo humano.
Olhos que pegaram fogo, olhavam pra dentro e se perguntavam sobre qual seria o  verdadeiro sentido de tudo aquilo. Talvez não passasse de misterio. Ou egoismo!

Os olhos desejaram o corpo pois queriam a alma!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

A Deriva

Os pés descalços que andam à deriva descobrem, no chão, o peso do mundo!

O homem que vê um mundo novo ao desembarcar sem destino, sonhou um dia atravessar a rua na companhia, apenas, de seus pés, que os guiam livremente nas ruas, avenidas e nas praças.

Enquanto isso, ela, a garota que procura por liberdade, se vê presa num mundo caótico e desumano.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Segunda Pessoa

Imagine você.
Você andando em ruas lotadas de tudo do mundo do pouco de tudo.
Seus olhos observam agora os rostos, as faces multifacetadas de formas distintas da vida humana.
Milhões de vozes e você andando e percebendo, quadro a quadro, em passos largos, o silencio de todos os sons.

Milhões de vozes e você mudo diante de tudo.
(como se a paz sugasse cada onda sonora).

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Não, ele não vai mais voltar... Ele vai viver sozinho.

Não importa o quanto passe o tempo... Ou de que forma. Eu sempre vou... Dizer, escrever e lembrar da nostalgia de ser um cara valente! Nos sentimos livres de andar por ai pelas ruas e receber olhares e propostas diferentes de diferentes pessoas. Nos sentimos livres de ver o tempo passar por ai pela rua a prender pessoas por pessoas por falsas promessas e desejos que nunca irão se cumprir. E essa mascara? Pra que eu a uso se é só pra causar uma desimportancia de não saber lidar com coisas tão simples. Pois então eu me viro do avesso e me coloco a capa de vilão pra esconder os medos e enfrentar a vida feliz que nos aguarda em toda esquina. Ele não é de nada, só como mar.melada!!! Seria mesmo mais um jeito de viver nesse mundo de maguas?