quinta-feira, 10 de março de 2011

Conto da Noite

Ela chamava de TPM, aqueles dias em que se sentia mais sensível e frágil...
Ela sempre era forte e não se abatia nem mesmo quando seus sentimentos eram provocados, pelo menos era isso o que os outros notavam.

Naquele dia, ela havia acordado em meio aos seus lençóis verdes e a pergunta lhe viera a cabeça. Sua resposta hoje era outra: "Não sei!"
Ela havia dormido com essa frase em mente, como em cenas de filme de suspense. E a pergunta de todosos dias lhe soara diferente...
Não sei... Não sei...hahahaha...Não sei...ghrrrh... Não sei... aaaaaaaaaaa...
Abria os olhos e tudo continuava como antes...
Ela tinha certeza de que tudo isso também passaria. Mas até quando!?

O fato é que algumas pessoas se eternizavam como estrelas no céu, outras tinham suas fotos publicadas com lindas declarações, ainda haviam aquelas que obtinham grandes loucuras em uma cidade qualquer e ela ganhava um "Não sei" a tempos.

Ela era única e sabia que tudo aquilo também era. Então se ridicularizava pelas comparações que ela mesma fazia.
Porém sabia que dava tudo de si e estava completamente entregue. Lhe confiou sua liberdade e seus anseios.
Sabia também que lhe haviam entregue algumas coisas nunca divididas antes.
Mas as palavras os destruiam.

Ela tremia, enquanto seu corpo suava. E a noite não passava.
Parecia um delírio febril.

Assim ela pensava em seu poeta, de quem muitas vezes se espera muito, pelo poder de surpreender em seu romantismo.

Agora ela abre novamente os olhos, e vê o céu ensolarado, os pássaros cantando, seu cachorro lambendo o seu rosto...e percebe que tudo era apenas um conto da noite... Será!? Não sei...

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