sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A Cor Ria do Correr

Corria.
Enquanto corria, ainda observava o ambiente, as ruas e os carros.

Era uma menina que tinha sede de correr atrás da vertigem. Corria, por entre os carros, as ruas e avenidas.
A calçada já não era suficiente. Corria observando o caos que se instalava a cada minuto que passava.

Corria, corria e corria. Corria no corredor do tempo, entre os semáforos de uma esquina e outra. E aumentava a velocidade a cada passo. A vertigem passava e corroía. Corrida por dentro, a velocidade a fez deixar os olhos em segundo plano e aumentar, também, o passo.

Corria, corroida, pelo tempo. Por dentro.
A cada esquina era obrigada a esquivar-se da falta de tempo.
Não havia um minuto sequer sem parar de correr. A corrida fadigada e constante, mantinha o ritmo e acelerava a cada vez que controlava a resPiração.

Corria, corria. E corria tão rapido, que por alguns segundos elevou-se os seus pés do chão e esteve iluminada pela chama que nos consome.

Corria, e de tanto correr, o vento que aumentava junto com os passos, apagou o fogo e o resto do foco ao redor de seus olhos.
Corria de frente, em linha reta, quase sem respirar. Respirava por que era obrigatorio e culpava-se por cada segundo perdido, cedido a respiração.

Chegou a metade ainda inteira, mas visivelmente cansada. Correu tanto, que de tanto correr, corria das cores que riam pra ela.

Estava velha quando se aproximou do final da avenida e viu seu cansaço chegando primeiro que ela.
Estava cansada e velha quando viu a esquina dobra-la ao meio.

Estava fria, perdida no sem-rumo do fim...




Nenhum comentário:

Postar um comentário