quarta-feira, 23 de julho de 2014

Caixa Postal


Tenho cartões postais da minha cidade, tenho ainda muito mais que a saudade tirou de mim.
 O que eu faço com estes postais sem endereço, que escrevi com a tinta de meu sangue?
 O que eu faço com o presente que comprei e agora não tem preço?
 O que faço dos meus dias livres que tirei pra você e desencaixou num quebra cabeças sem sentido algum?

Tenho, também, esse silencio que preenche toda a sala e o vão do que não foi. Aperto os cintos, fechos os olhos e sinto o mergulho interrompido por alguém que não ousou se esforçar tanto, pois pra você só era viável se fosse pra voar bem alto, longe do raso, perto das montanhas e até das nuvens se preciso for.


Você se arriscou, digo, eu...

Eu me arrisquei, foi vulneravel e contesto cada palavra e as escrevo por não caber mais nesse espaço preenchido de silencio. Minha cabeça, meu peito que já bate confuso sem muito fluxo e já frouxo de nunca alcançar.

De tanto bater, o coração uma hora ia apanhar também!


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